Por fim percorremos os 40 metros de distância e os nossos lábios conheceram-se, as duas ou três primeiras vezes muito timidamente e depois mais profundamente, e eu lembrei-me de pronunciar aquela frase tão famosa e tão estúpida que muitas vezes nos vem à cabeça nesses momentos, e disse:

- Amo-te.

E então ele disse outra daquelas coisas estúpidas que nesses momentos nos vem à cabeça.

Naquele momento pensei que a terra podia abrir sob os meus pés e que o céu poderia cair sobre a minha cabeça, mas que eu morreria feliz.

-Sinto-me feliz por estar viva. - disse.

Aproximei-me dele, os seus olhos eram lança-chamas  e os seus cabelos dourados, seu coração de fogo, seus lábios e, não consegui descrever mais. Beijei-o, beijei-o e beijei-o como se tivéssemos os minutos contados, o mundo atraiçoado, o veneno no estômago, e senti que ele me amava com um amor louco e fugitivo e este beijo durou tanto como uma estrela cadente demora a cair em terra, ainda dura.