quarta-feira, 18 de maio de 2011



Senti os raios de luz a invadir-me os olhos e a forçá-los a abrir. Custosamente, ao abri-los, apercebi-me que aquele sítio não me era familiar. Senti-me desorientada, principalmente, por não me lembrar da razão porque ali estava.
Olhei em meu redor, mesmo sem me levantar, e ouvi o som dos pássaros, vi o brilhante azul do céu, senti a suave relva em que me deitava, senti um cheiro a flores, ouvi o murmurar das árvores e ouvi a passagem do vento por entre as folhas.
A expectativa de mirar melhor aquele lugar, levou-me a decidir levantar-me e, quando o fiz, avistei árvores repletas de folhas verdes e doiradas e avistei, também, à distância um pequeno lago com cisnes.  Parei para saborear aquela paisagem, para sentir a brisa e o cheiro, tudo para mim era magnífico e tudo suscitava a minha atenção. 
As cores quentes, que reflectiam nas doces águas do lago, encadearam-me e caminhei descalça pela relva molhada para lá. Debrucei-me e, ao olhar para a água, vi o meu reflexo. Vi uma rapariga de cabelos loiros e brilhantes, de olhos desgostosos, pálida e com um rosto triste, como se estivesse a sofrer. E, aí, percebi que, apesar da beleza daquela floresta, eu me sentia só. Faltava-me algo, faltava-me o amor que tinha no meu mundo real. Afinal, só existia eu, os pássaros, o murmúrio das árvores, o vento e o silêncio, que não iria ser, de certo, o meu companheiro.
Voltei, de novo, para o lugar onde tinha acordado, aninhei-me na relva húmida e fechei os olhos. Não por não querer observar aquela perfeição, mas sim porque o meu mundo imperfeito trazia-me mais felicidade.


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